Imagem de Thaisa Galvão

#JornalismoSemFakeNews

Logo desktop Logo mobile
Imagem de 19 anos

Primeira jornalista mulher a assinar um blog de opinião política no Brasil

31/08/2025





“Estouro da boiada não vai parar por aqui”, diz jornalista em podcast sobre operação na Faria Lima

A boiada vai passar, e dessa vez não é de dentro do governo contra o Brasil.

A constatação é do jornalista César Tralli, que no podcast O Assunto, com Natuza Nery, e com base em fontes que ele acompanha, afirmou que mais operações do modelo da que sacudiu a Faria Lima, em São Paulo, vão acontecer.

Confira o que publicou o G1:

'Estouro da boiada não vai parar por aqui': César Tralli conta bastidores da megaoperação contra o PCC

Jornalista acompanhou de perto investigações sobre atuação de máfias no setor de combustíveis. Ele relata ter recebido denúncias de que empresários eram ameaçados pelo crime organizado.

 

A megaoperação que mirou o esquema bilionário do PCC no setor de combustíveis na última quinta-feira (28) é a primeira de outras que ainda virão. "Esse estouro da boiada não vai parar por aqui". É o que disse César Tralli em conversa com Natuza Nery no podcast O Assunto da sexta-feira (29).

Apresentador da Globo e da GloboNews, Tralli acompanhou investigações sobre a atuação da máfia no setor de combustíveis por mais de uma década. No podcast, ele contou detalhes de bastidores sobre a investigação que revelou como o crime organizado se infiltrou no setor, e como o PCC chegou até a Faria Lima, centro financeiro do país. 

Na avaliação de Tralli, a investigação que levou à megaoperação da quinta-feira ainda terá novos desdobramentos. "Tenho convicção de que outras fases virão juntando as informações todas", diz. 

Tralli contou que, em 2024, começou a receber informações de pessoas do setor denunciando ameaças do crime organizado. 

"Comecei a receber muito telefonema de gente do ramo do açúcar e do álcool desesperada. Desesperada no sentido de dizer: 'Olha, a gente está sofrendo ameaça, a gente está sofrendo coação'".

Na conversa no podcast O Assunto, Tralli afirmou que empresários relataram coação, invasões com carros-fortes, e até ameaças de sequestrar famílias ou matar filhos para forçá-los a vender produtos por valores abaixo do mercado.

"Eles batem na porta com um carro forte dizendo: 'Se você não aceitar o valor que nós estamos comprando, nós vamos queimar tudo. A gente sequestra a sua família, a gente mata seu filho'".

Tralli conta também que, segundo empresários do setor de combustíveis, hoje 40% de todo o mercado de álcool e de 25% a 30% do mercado de gasolina estão nas mãos do crime organizado. 

O jornalista diz que empresários do setor no interior de São Paulo começaram a fazer as denúncias de que o crime organizado atuava para expulsá-los e tomar conta do setor. E que foi, a partir dessas denúncias, que a investigação ganhou mais tração, há um ano. 

"Eu perguntei a vários investigadores: é o PCC que está em tudo? É o PCC que está tomando conta de tudo? Eles disseram que não. Tem PCC, mas tem outros grupos criminosos que se fortaleceram, se criaram e fizeram fortuna nesse esquema de adulteração de combustível. E alguns desses grupos se comunicam com o PCC na lavagem de dinheiro, na distribuição do combustível batizado, na compra de rede de postos."

Na conversa com Natuza Nery no podcast O Assunto, Tralli destaca também como as fintechs viraram um "buraco negro". 

"As fintechs foram blindadas de investigação e de fiscalização. Então elas se tornaram buracos negros. Essa é a expressão que os investigadores usam. Elas viraram o triângulo das Bermudas. O que cai nelas, ninguém consegue identificar a origem e o destino."

A Receita Federal afirma que os criminosos movimentaram R$ 52 bilhões nos últimos 4 anos por meio das fintechs, empresas que usam a tecnologia para oferecer serviços financeiros de forma mais simples e rápida que bancos tradicionais – e com quase nenhuma fiscalização do setor público. 

Depois da operação da quinta-feira, a Receita publicou uma norma que dá às fintechs o mesmo tratamento dado aos bancos. A norma determina que as fintechs passem a apresentar informações por meio da e-Financeira — sistema já usado há mais de 20 anos por bancos tradicionais para reportar movimentações financeiras ao Fisco.

Calendário


  •  AnteriorAgosto 2025Próximo 
    DomSegTerQuaQuiSexSab
    272829303112
    3456789
    10111213141516
    17181920212223
    24252627282930
    31123456
Vídeos


Copyright © 2021 Blog Thaisa Galvão. Todos os direitos reservados.