Câmara de Natal aprova e Prefeitura sanciona lei que usa como critério os índices de um IDEB que nem existe

Não é só no caso da cassação da vereadora Brisa Bracchi que a Câmara de Vereadores de Natal sai do prumo.

Até nas coisas aleatórias como uma simples homenagem, a Casa aprovou um projeto de lei contendo um conteúdo fake para homenagear e receber aplausos de servidores da Educação: a criação da Comenda Municipal Educação por Excelência...

O engraçado - engraçado sim, no estilo piada - é que o projeto passou pela Comissão de Educação antes de ser votado em plenário...

A coisa só piora: foi sancionado pelo prefeito Paulinho Freire.

Nesta segunda-feira (17) a educadora Cláudia Santa Rosa, que já foi secretária de Educação do Estado, questionou a lei por um erro GRITANTE.

A lei cria a honraria observando os seguintes critérios', como publicado no Diário Oficial do Município:

I- melhor IDEB na Educação Infantil;

II - melhor IDEB no Ensino Fundamental I (1° ao 5º ano);

III - melhor IDEB no Ensino Fundamental II (6° ao 9° ano);

IV - melhor IDEB global, que englobará o desempenho geral de toda a rede municipal de ensino.

Detalhe besta que o autor da lei, vereador Daniel Rendall, a Comissão de Educação da Câmara, o plenário que aprovou, o prefeito que sancionou e o secretário de Educação que bateu palminhas...NÃO VIRAM OU NEM SABIAM...

A educação infantil não tem IDEB.

Se não tem, como medi-lo?

Mas...tá pensando que o erro que passou batido pela Câmara e pela Prefeitura parou nisso?

Claudia questionou mais um ponto: como o prêmio será concedido anualmente se o IDEB só é medido a cada dois anos?

Veja a publicação da lei sancionada, no Diário Oficial:

E a correção de Santa Rosa em uma postagem de um jornal que publicou a homenagem concedida pela Câmara:

Resumindo:

O vereador que era funcionário da Educação, não aprendeu o que deveria para ter virado vereador.

A Comissão de Educação da Câmara não é preparada para analisar projetos da Educação.

E a assessoria do prefeito, na área de Educação, não sabe nada sobre o assunto.

Um mico atrás do outro que só comprova, que a Câmara precisa de debates inúteis como a cassação de Brisa para manter a legislatura, já que assuntos relevantes não podem ser debatidos por falta de...conhecimento.